sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

PAUSA

Já faz algum tempo que não escrevo no blog (nem nesse e nem no "prosalunos"). Realmente estive sem tempo.

Esse final de semana quero escrever algumas coisas pra deixá-los atualizados.


Enquanto isso ficam as dicas:



Exposição Tarsila Viajante


Com curadoria de Regina Teixeira de Barros e consultoria de Aracy Amaral, a mostra assinala um momento importante na compreensão do legado de Tarsila. Em meio à celebração dos 80 anos do Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade, inspirado na pintura Abaporu, é também concluída a edição de seu catálogo raisonné, e a obra de Tarsila do Amaral abre-se a novas abordagens e reflexões, como a que inspira esta exposição: Tarsila Viajante reúne cerca de 40 pinturas e 110 desenhos que apresentam a influência das viagens que realizou na constituição de seu repertório visual. De 19 de janeiro a 16 de março de 2008.


(tirado do site da Pinacoteca)


Abaporu,1928

óleo sobre tela 85 X 73cm

(Assin.:"11-1-1928",aniversário de Oswald de Andrade)



Exposição Segall Realista

Com o objetivo de celebrar o cinqüentenário de falecimento de Lasar Segall e os quarenta anos de existência do Museu Lasar Segall/IPHAN-MinC.

A exposição tem a curadoria de Tadeu Chiarelli, um dos principais especialistas em arte moderna brasileira. Chiarelli selecionou as obras da mostra, baseando-se na afirmação de Mario de Andrade, de que a produção segalliana representou a maior prova de que os artistas ligados às vanguardas européias tinham deixado o experimentalismo para advogarem o retorno ao realismo.


Local: Galeria de Arte do SESI
Data: 28/01/2008 a 16/03/2008
Horário: Segunda das 11h às 20h
Terça a sábado das 10h às 20h
Domingo das 10h às 19h
Ingressos: Entrada franca


Encontro, 1924

Óleo sobre tela

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Agora começou mesmo!

Olá pessoal!! Agora sim a coisa começou!!!



Espero que esse ano o blog, ou melhor, oS blogS sejam mais visitados e comentados - é pelos cometários que eu sei se está ajudando ou não.



Semana passada eu não escrevi porque estava em clima de carnaval e resolvi guardar as minhas energias.



Muito prazer aos novos alunos!! Que a gente possa ter um 2008 fantástico!!!

Tem post novo no "pros alunos" falando da aula de revisão pro segundo ano. Entra lá!



Viva! Viva!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Visita ao MASP

Essa semana eu fui ao MASP. Estava bem cheio de gente... fiquei bem feliz! O mais engraçado era ver o monte de gente querendo ver as oubras que foram roubadas, muitos nem davam bola para as do lado – como se fosse muito mais importante conferir aquelas. Mesmo assim foi muito bacana. O acervo é muito bom, muito interessante e me agrada muito o modo como ele é organizado. Andei muito por lá e uma as coisas que mais me deixa feliz ao ver uma obra de arte é saber que mesmo que eu a conheça, que já a tenha visto tantas vezes (seja lá no museu, em livros, ou nas minhas aulas) é sempre uma sensação nova. É uma delícia olhar para a tela e conversar com ela, sentir o que ela tem pra dizer pra mim... A cada novo encontro eu sou uma, eu estou de um jeito e com isso a recepção é diferente. Essa é uma das razões da minha paixão pela arte. Foi muito bom rever umas obras, em particular:


Os retirantes, de Portinari



A estudante, de Anita Malfati




Guerra, de Lasar Segall




Gostei muito da mostra de retrospectiva de Tatsumi Orimoto. Muitos acharão engraçadas as fotos do artista em sua famosa performance de “Homem Pão”, ou então tantas outra que chegam a ser mesmo engraçadas... Eu particularmente achei triste e ao mesmo tempo muito bonita a série Art Mama que tem como protagonista a mãe de Orimoto, vítima de Alzheimer. Triste porque sei que essa é uma doença muito difícil principalmente para aqueles que convivem com o doente. Eu vi naquelas fotos um pouco do convívio que eu tive com o avô do meu marido. Situações que chegam a ser cômicas pela repetitividade, mas ao mesmo tempo muito triste. A situação é triste. Eu imagino que ela, assim como o “meu” avô não reconheça o próprio filho. Não reconheça nada e nem mesmo sua própria casa. Em algumas fotos é nítida a impaciência dela, como se ela gritasse “O que você está fazendo comigo!?” Mas o sentimento some instanteneamente e ela se vê confortável com um sapato gigante ou com um pneu no seu pescoço. Também imagino que ele não faça nada disso só para ele mesmo, que realmente pense nela. Uma vez eu ouvi do meu marido uma coisa tão linda que me deixou muito emocionada e me lembrei disso ao ver as fotos e os vídios do “Art Mama”. Ele falou que não se importava em dizer mil vezes, se fosse necessário, quem ele é, porque ele sabia que por um segundo que fosse, o avô ficaria feliz por se lembrar, mesmo que no segundo seguinte se esquecesse e perguntasse uma outra vez. Acredito que ao ver as fotos a mãe de Tatsumi Orimoto também ficasse feliz. Mesmo que só por um segundo, mesmo que fosse um sorriso por achar graça dos pães, dos pneus ou do sapato gigante. Mesmo que depois ela nem lembrasse mais e não entendesse mais nada. Pelo menos naquele momento ele estava com a mãe e ela estava fazendo parte de sua vida, de sua arte.




Não quero falar mais nada sobre, convido você a ver a esposição e tirar suas próprias conclusões.

PS.: Hoje é dia 25/01 – Aniversário de São Paulo (FERIADO)



Lamento Urbano, Reinaldo Bessa

Avistei São Paulo
Com os olhos em cima da noite
A pista molhada
E um frio feito açoite.

Avistei São Paulo
E bem mansa vinha a madrugada
Vi uma lua feia e tonta
Que pra mim não era lua nada.

Avistei São Paulo
Com os olhos em cima do medo
A violência em cada esquina
Querendo nos levar mais cedo.

Trazia a fé e um violão
A mão no sonho e o pé no chão
Uma saudade imensa
E uma constante solidão.

Avistei São Paulo
Com os olhos em cima do sério
Ninguém me dizia nada
E tudo era só mistério.

Avistei São Paulo
Em cada rua um policial
Vejo um fora da lei
Um homem faminto e um anormal.
Avistei São Paulo...


Essa é a letra de uma canção feita por um norte-rio-grandense muito bacana: Reinaldo Bessa. Eu tive a chance de conhecer esse artista em 2003 em um curso de teatro, mas acabei saindo do curso (por descordar da metodologia e tal...) e, de acabei perdendo alguns bons amigos que fiz lá. O Bessa é um músico muito bom que vocês precisam conhecer (quem não o conhece!). Essa canção me faz lembrar de quando eu vim pra cá, pra essa cidade grande e fria. Tudo pareceria maior, mais frio e assustador. Eu trazia na mala bastante saudade da minha terra, do céu lindo cheio de estrelas, da família, dos amigo. Mas eu tinha um sonho e fé que eu conseguiria chegar até ele.
Hoje já me sinto paulistana, me sinto “daqui”. Claro que a saudade ainda existe – principalmente do céu estrelado, mas valeu a pena.

Parabéns pra cidade!!!

sábado, 19 de janeiro de 2008

Mais um ano de vida!

Hoje (18/01 - ainda não dormi!) é meu aniversário. Não tive um dia muito diferente, estou sozinha em casa, almocei sozinha, brinquei no computador, vi televisão... nada de glamour ou grandes comemorações. Não estou triste por isso. Mais tarde vou sair um pouco com uns amigos, bebemorar meus 26 aninhos de idade.
Aproveito o post para comentar dois presentes fantásticos que eu ganhei e, é claro, em se trantando de mim são presentes culturais! O primeiro (e muito importante) é um livro de História da Arte que eu sempre quis ter e só agora tenho: o do Gombrich. Fiquei super feliz! É um livro super tradicional, mas muito bacana e também muito importante que, até hoje, eu só tinha acesso pelas bibliotecas e por alguns xerox que fiz na época da faculdade (ok, ok... cópia é ilegal! Mas atire a primeira pedra o estudante que nunca xerocou umas páginas de livro na vida! É... livro é muito caro nesse país, ainda mais livros de arte.) Bom, o que importa é que agora eu tenho o “meu” Gombrich com cheirinho gostoso de livro novo – que eu adoro! Será muito útil, tenho certeza. Esses dias eu estava lendo na internet (não me lembro onde) que muitos dos livros que estão entre os mais vendidos não são exatamente lidos. O que é uma pena. Muita gente compra livro por comprar, pra tê-lo na estante e, caso alguém comente do tal poder dizer “eu tenho esse” – como se fosse chique ou até mais importante do que já ter lido. Tenho orgulho da minha pequena biblioteca, bem pequena por sinal se comparada ao meu amor pelos livros, mas tenho orgulho de dizer que os livros que habitam minha estante são usados. Uma vez ouvi de um colega de trabalho, professor de literatura e maluco por livros – ele sim, pelo jeito tem muitos e muitos livros, que o que evita as traças é o uso. Os livros devem ser abertos, as páginas devem ser mechidas. De que adianta ter vários livros importantes na estante se eles ficam sempre fechados?? Até onde eu sei não é possível se ler por “osmose”.
Isso tudo por causa do meu Gombrich! É que livros de arte eu realmente uso muito mesmo. Tem alguns, por exemplo, que têm pouco mais de um ano comigo e já estão sujos e com carinha de velhos. Tá, eu poderia até ser mais cuidadosa com eles... Mas é que levo eles pra lá e pra cá, abro e fecho tanto, folheio, leio – mas não rabisco – ah, não! Isso é um crime!!! Hehehehehe Certeza que meu Gombrich com cheirinho de novo e com as páginas lindas estará assim no meu próximo aniversário – mas tudo bem! É sinal de que ele realmente ganhou vida!!!

O outro presente é muito bom, fiquei muito feliz porque não esperava ganhá-lo, foi realmente uma supresa: uma entrada pra ver “Alegria” do Cirque du Soleil. Só em março, é verdade – e prometo, na ocasião, fazer um post sobre isso.
Fiquei muito emocionada quando vi “Saltimbanco”. Já conhecia o Cirque pela televisão, já tinha o DVD desse espetáculo ha algum tempo, já o tinha visto várias vezes... Mas a emoção de ver ali, ao vivo, foi fenomenal, indiscritível. Na época da faculdade um professor usou umas cenas de um número do Cirque para iniciar uma aula sobre Surrealismo. Eu nunca havia feito relação entre o surrealismo de Dali e Magritte com as acrobacias de um artista de circo. Depois disso, daquela aula, nunca mais me esqueci o que é o Surrealismo e nunca mais esqueci do Cirque du Soleil. Por isso fiquei tão feliz pelo presente. Eu já estava meio conformada que não iria ver “Alegria” por falta de dinheiro no bolso. Paciência, pensei. Mas agora, que sei que vou ver, estou muito feliz.

Sempre que é meu aniversário eu me lembro da música “Fascinação” – não sei se vocês sabem mas a Elis Regina morreu no dia 19 de janeiro do ano que eu nasci – pois é, amanhã fará 26 anos que ela se foi. Ou seja, quando eu cheguei... quando as pessoas me conheceram, só tocava “Fascinação” no rádio. E eu tenho um carinho muito grande por essa canção.



Os sonhos mais lindos sonhei


De quimeras mil um castelo ergui


E no teu olhar


Tonto de emoção


Com sofreguidão


Mil venturas previ


O teu corpo é luz, sedução


Poema divino cheio de esplendor


Teu sorriso prende, inebria, entontece


És fascinação, amor

De certa forma, pra mim, o ano só começa hoje. Hoje inicio meu novo ciclo, uma nova jornada.
Que seja repleta de arte, de cultura, de momentos felizes e de amor. Que seja repleta de desafios e de conquistas. Agora sim, feliz 2008!!!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Você tem fome de que?

Feliz ano novo!
Férias é uma beleza! Viva o ócio criativo! Viva o vazio, o nada!!! Como é bom fazer nada de vez em quando!
Depois de passar alguns dias na praia, curtindo a brisa, nadando muito, voltei pra casa. Das férias em Caraguá ganhei uma certa cor (passando do super branco quase transparente para o branco – pelo menos não fiquei rosa!) e também uma virose.
Aqui estou agora, febril mas a escrever no blog como prometido, afinal... é sexta-feira!
Primeiramente vou comentar sobre uma música que ouvi muito esses dias e que me fez lembrar tanto do outro blog (“prosalunos”) como das tantas vezes que refleti sobre o que ela diz. Muito provavelmente você já ouviu essa música, pode ser até um assunto batido, mesmo assim achei importante colocar aqui meus comentários.

COMIDA

(De Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sergio Britto)

Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?
A gente não quer só comida
A gente quer comida, diversão e arte.
A gente não quer só comida
A gente quer saída para qualquer parte.
A gente não quer só comida
A gente quer bebida diversão, balé.
A gente não quer só comida
A gente quer a vida como a vida quer.

Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?
A gente não quer só comer
A gente quer comer e quer fazer amor.
A gente não quer só comer
A gente quer prazer pra aliviar a dor.
A gente não quer só dinheiro
A gente quer dinheiro e felicidade.
A gente não quer só dinheiro
A gente quer inteiro e não pela metade...

Desejo, necessidade, vontade
Necessidade, desejo
Necessidade, vontade


Pois é, como eu dizia no outro blog: a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte. Pois é! A gente quer cultura, direito à cultura, acesso à cultura. A gente quer inteiro... não pela metade. Não precisamos só de comida, mas precisamos nos sentir vivos, nos divertir, precisamos de prazer.
Gosto muito dessa música. É uma espécie de manifesto na minha opinião.
Quando a canção diz que “bebida é água” e “comida é pasto” ela mostra a nossa falta de escolha. Mas você tem sede de que? Tem sede de justiça? Tem sede de saber? Tem sede de paixão? E fome... você tem? Eu tenho muita fome, mas não de “pasto”, tenho fome de conhecimento, tenho fome de vida!!!
Quais são seus desejos?? Suas necessidades?? Vontades??
A gente não quer só as coisas triviais como “água” e “pasto”, queremos mais. “A gente quer inteiro e não pela metade!”
De certa forma, pra mim, ela também critica o assistencialismo... não é isso que basta, as pessoas não querem só comida. Elas precisam de outras coisas também, precisam de dignidade, de emprego, de acesso à educação, à cultura. Não é só com um prato de comida que a gente ajuda alguém, mas com uma postura cidadã que busca o direito de todos. Porque também não adianta nada a gente lutar só por aquilo que diz respeito a gente: se eu tenho emprego, azar de quem não tem; se eu posso estudar em uma boa escola... problema de quem não pode; se eu tenho dinheiro pra visitar galerias de arte, ver peças de teatro... que bom pra mim! Não é assim que as coisas mudam!

Bom, isso é pra refletir. Cada um tem sua fome, sua sede. Você tem sede de que? Você tem fome de que?

Também queria aproveitar o post pra fazer um breve comentário sobre as obras do MASP que foram encontradas. Que bom! Mas o mais legal dessa história toda é que hoje, dia da reabertuda do museu, a fila na entrada estava enorme. Muita gente querendo entrar lá dentro pra ver de perto o “Picasso” e o “Portinari” que foram passear em Ferraz de Vasconcelos. Fico muito triste que um museu como o MASP, com o acervo que tem, com uma ótima localização – pertinho do metrô, na avenida Paulista – que não é tão caro pra entrar, e devo lembrar que a entrada é gratuita toda terça-feira, viva às moscas, em condições financeiras precárias. Por isso fiquei feliz ao ver a fila de hoje. Que bom!!! Ao menos toda essa história de assalto, de falta de segurança e toda a mídia que isso rendeu fez com que a curiosidade das pessoas crescesse. Tomara que a maioria dessas pessoas (que só foram lá pra ver os dois quadros furtados) possam apreciar também a exposição Caçadores de Sombras (de fotógrafos espanhóis) e a do Japonês Tatsumi Orimoto, artista bastante renomado no cenário da arte contemporânea... e é claro, todo o acervo fantástico que o museu apresenta. E que voltem mais vezes simplesmente para conferir uma nova mostra ou para rever as obras que gostaram.
E ai eu lanço a pergunta: você já foi ao MASP???? Se não foi, vá!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Arteria viva

O ano está acabando. 2008 já está ai de portas abertas! Mais uma chance de começar tudo de novo, de fazer bem feito o que foi deixado de lado, de fazer planos e viver.
Depois de pensar muito decidi criar esse novo blog (além do "prosalunos"). Esse também poderá, é claro, ser lido (e usado) por eles, afinal de contas este também é pra falar de arte.

Por uma questão de organização ele será atualizado todas as sextas-feiras (a próxima não porque eu estarei curtindo sol, praia e vento na cara lá em Caraguatatuba).

Vou colocar dicas, links e imagens que possam ajudar os alunos nos conteúdos vistos em sala de aula além de comentários sobre peças de teatro, filmes, exposições e acontecimentos.

Pra começar, coloco aqui um trecho conhecido de uma das peças mais conhecidas de Shakespeare - Hamlet - pra refletir.

“Ser ou não ser... Eis a questão. Que é mais nobre para a alma: suportar os dardos e arremessos do fardo sempre adverso, ou armar-se contra um mar de desventuras e dar-lhes fim tentando resistir-lhes?
Morrer... Dormir... Mais nada... Imaginar que um sono põe remate aos sofrimentos do coração e aos golpes infinitos que constituem a natural herança da carne, é solução para almejar-se.
Morrer... Dormir... Dormir... Talvez sonhar... É aí que bate o ponto. O não sabermos que sonhos poderá trazer o sono da morte, quando alfim desenrolarmos toda a meada mortal, nos põe suspensos. É essa idéia que torna verdadeira calamidade a vida assim tão longa!”


Bom 2008!

Muita diversão e arte pra todos nós!